ASPECTOS GEOGRÁFICOS
Localização: Agreste Sergipano
Distância da Capital: 64 km
Área: 201,485 km² [2019]
Densidade demográfica: 83,03 hab/km²
População: 18.218 pessoas [2020]
Gentilício: campo-britense
HISTÓRIA DE CAMPO DO BRITO
Campo do Brito, distante 64 quilômetros da capital e localizada no alto com uma visão privilegiada, é um município que teve um passado marcado por muitas brigas políticas. Sua história, que começou com muita fé e união até a emancipação política, entrou por um caminho tortuoso com uma administração reconhecida como ditatorial. Depois de muitos atropelos houve uma reviravolta e a comunidade voltou a desfrutar de tranquilidade.
Há duas versões para o surgimento da cidade: a primeira é que teria nascido num lugar hoje conhecido por Campo do Brito Velho, onde existem ruínas que poderiam ser de uma capela. A outra, é que teve início em uma capela que deu lugar à Igreja Matriz, onde as ruas foram aparecendo em torno dela. Mas o certo é que, em 1601, as terras de Campo do Brito foram doadas em sesmarias de 30 léguas ao capitão Antônio Rodrigues, que depois da invasão holandesa cedeu ao Irmão Amaro, da Companhia de Jesus. Antes da emancipação, ocorrida em 29 de outubro de 1912, Campo do Brito pertencia a Itabaiana. Apesar de ser o povoado de maior destaque do município, não recebia a devida importância. Sentindo-se abandonados, os britenses começaram a desejar a independência, mas faltava um líder para enfrentar a resistência dos itabaianenses.
Em 30 de janeiro de 1845, o povoado passou à categoria de freguesia, quando foi fundada a paróquia de Nossa Senhora da Boa Hora, ficando independente da de Santo Antônio das Almas, de Itabaiana. Surge o líder, passaram vários párocos por lá, sem deixar nenhuma marca. Até que em 28 de agosto de 1888 foi nomeado como vigário o padre Francisco Freire de Menezes. Ele promoveu uma verdadeira revolução no povoado. Culto e inteligente, o padre não perdeu tempo. Construiu a matriz e várias capelas nos povoados pertencentes à sua paróquia, e organizou seus súditos para uma nova era. Percebendo a liderança do padre, a população começou a apelar para que ele ingressasse na política e defendesse a emancipação do município.
A princípio, o padre resistiu à ideia, mas a insistência foi tanta que ele acabou cedendo. Consciente da dificuldade que teria para enfrentar as classes dominantes de Itabaiana, ele trouxe familiares do antigo engenho Maxixe, em Riachão do Dantas, de propriedade dos seus pais, para reforçar a luta. A oportunidade de emancipação surgiu em 1910, quando o general José Siqueira de Menezes, candidato ao Governo do Estado, foi a Campo do Brito pedir votos aos britenses. O padre prometeu o apoio em troca da emancipação, caso ele fosse eleito. A partir daí começaram os protestos em Itabaiana. O padre foi eleito deputado estadual e apresentou, imediatamente, o projeto de lei para emancipação da freguesia. Assim, Campo do Brito passou à categoria de município, passando a ser sede dos povoados Macambira, Ribeira, Pedra Mole e Pinhão.
Após a emancipação, assumiu como intendente provisório o coronel João Pinto, mas nas primeiras eleições o padre foi o primeiro prefeito eleito da cidade. Sem recursos próprios, ele marcou sua administração colocando iluminação na cidade com lampiões a querosene. Caminho obscuro. Segundo o escritor Adalberto Fonseca, durante quase 12 anos o município enfrentou um período obscuro. “Campo do Brito caiu nas mãos de Arnóbio Baptista de Souza e o obscurantismo envolveu o município. Não há notícias de qualquer obra durante a passagem dele. Pelo contrário. Ele só promoveu destruição e humilhação ao povo britense”, escreveu ele. Adalberto conta que, com o apoio de Pereira Lobo, o prefeito Arnóbio foi um autêntico ditador. Promoveu espancamentos, mortes, agressões, invasões a propriedades e prendeu homens honrados sem nenhuma explicação. Na administração dele, até o esquife do Senhor Morto foi parar no xadrez. Apesar dos protestos da comunidade, Arnóbio ainda foi homenageado emprestando seu nome a uma rua da cidade. Depois dele, assumiu a prefeitura Emeliano Ribeiro, que realizou grandes obras na cidade.
Mas foi o prefeito Graciliano Apolônio da Fonseca, que colocou energia elétrica, com a ajuda do concessionário José Mesquita, de Itabaiana. Foi ele, também, que em 1961 abasteceu a cidade com água potável, através de um poço artesiano.Hoje o povo de Campo do Brito vive tranqüilo sob a proteção de dois santos padroeiros: Nossa Senhora da Boa Hora, dia 15 de agosto; e São Roque, dia 16 do mesmo mês. “Não sei quem mandou me prender”O ex-deputado e ex-prefeito Osvaldo Lemos de Almeida, 80 anos – mostrando uma jovialidade incrível -, também foi vítima do radicalismo político da região. “Eu estava de malas arrumadas para ir embora para o Rio de janeiro. O tenente mandou me chamar e me prendeu. Até hoje não sei quem mandou me prender. Por causa disso, fiquei na cidade e entrei de vez na política”, lembra.Seu Osvaldo foi interventor com 22 anos, prefeito por duas vezes, deputado e vice-prefeito. Ele defende que foi o prefeito que mais fez obras importantes no município. “Fui eu que fiz a maternidade, o ginásio, o cemitério e implantei a Comarca, que antes era em Itabaiana”, diz ele.
Até os santos foram expulsos da cidade Manoel Cariolando de Souza, 59 anos, diz que conhece toda a história do município por ouvir contar. Um fato interessante lembrado por ele foi a expulsão do padre Freire, um dos vários atos insanos do prefeito Arnóbio. A população ficou revoltada e quis saber como ficariam os santos sem o padre. Imediatamente ele deu uma solução: ‘expulsou’ também os santos. Colocou todos eles num carro de boi e os mandou para a paróquia de Macambira, onde o padre estava.Cariolando afirma que em Campo do Brito a política era mesmo ferrenha. “Era um radicalismo brabo. Quem perdesse a eleição tinha que desaparecer da cidade. O que ganhava botava o outro pra correr. Se ficasse apanhava”, reforça ele.Outra história curiosa lembrada por Cariolando é que quando Francisco Vieira da Paixão (pai do deputado federal Ivan Paixão, deputado seis vezes e prefeito em 1950) perdeu a eleição, teve que sair fugido da cidade. “Ele se vestiu com uma roupa de mulher, colocou uma peruca e saiu de madrugada para não ser fuzilado”, disse.Cariolando diz que depois que Arnóbio perdeu o poder na cidade, fugiu para Boquim, mas não escapou de levar uma surra de cipó caboclo que o deixou todo defeituoso. “A paz só voltou a Campo do Brito quando Roque José de Souza se elegeu. Com ele voltou a democracia ao município”, completa ele. Campo do Brito hoje, Região – Oeste (agreste).
Fonte: Arquivos PMCB
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HISTÓRICO
A colonização da Região a que pertence o Município de Campo do Brito liga-se às primeiras concessões de sesmarias no vale do rio Vaza-Barris. Os padres jesuítas obtiveram terras em sesmaria, a 10 de março de 1601, 'junto à serra da Cajaíba,.na tapera de Pirapoan, entre o vale do Vaza-Barris, a serra de Itabaiana e, subindo o rio, até àquele pico'. Da mesma forma, foram dadas terras a Francisco da Silveira e muitos outros, cobrindo todo este sertão.
A tradição guardou o nome de uma família - Brito - que usou estes campos para a criação de seus animais, e que, apesar de não ter deixado vestígios ou descendência conhecida, deu nome ao local
- Campo do Brito.
Acredita-se que o primeiro povoamento que deu origem à atual cidade data de época posterior ao domínio holandês em Sergipe, quando seus remanescentes aí fixaram residência, passando a viver da agricultura e pecuária. Gentílico: campo-britense
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
Distrito criado com a denominação de Campo do Brito, pela lei nº 135, de 30-01-1845. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Campo Brito figura no município de Itabaiana. Elevado à categoria de município com a denominação de Campo Brito, pela lei estadual nº 624, de 19-10-1912, desmembrado de Itabaiana. Sede no antigo distrito de Campo do Brito ex-povoado. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1913. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Fonte: IBGE
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